quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Entre brumas ao longe surge a aurora,
O hialino orvalho aos poucos se evapora,
Agoniza o arrebol.
A catedral ebúrnea do meu sonho
Aparece na paz do céu risonho
Toda branca de sol.

E o sino canta em lúgubres responsos:
"Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!"

O astro glorioso segue a eterna estrada.
Uma aurea seta lhe cintila em cada
Refulgente raio de luz.
A catedral eburnea do meu sonho,
Onde os meus olhos tao cansados ponho,
Recebe a bencao de Jesus.

E o sino clama em lugebres responsos:
"Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!"

Por entre lirios e lilases desce
A tarde esquiva: amargurada prece
Poe-se a luz a rezar.
A catedral eburnea do meu sonho
Aparece na paz do ceu tristonho
Toda branca de luar.

E o sino chora em lúgubres responsos:
"Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!"

O céu e todo trevas: o vento uiva.
Do relâmpago a cabeleira ruiva
Vem acoitar o rosto meu.
A catedral ebúrnea do meu sonho
Afunda-se no caos do céu medonho
Como um astro que já morreu.

E o sino chora em lúgubres responsos:
"Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!"
                          (Alphonsus de Guimaraens)

Postado por: Felipe Leonidas Calliaga

O galera futuramente estarei apresentado minha crítica sobre o poema.
Abraços a todos

Um comentário:

  1. comentário: A catedral

    poema A Catedral é a passagem de um dia para o outro: aurora, dia, anoitecer e noite fechada, onde o poeta descreve seus estados de ilusões, usando a musicalidade ele se baseia na ação do sino que ele percebe seus sentimentos e sua ânsia espiritual. Ao longo do poema o refrão, insistentemente marcado pelas ações do sino, traduzem a angústia íntima do poeta à medida que o dia passa.

    Estão presentes no poema várias características simbolistas como: a musicalidade, o vago, o nebuloso, a espiritualidade simbolicamente representada pela catedral.


    abraços ai galera bom fim de semana ai para todos vocês ,espero que vocês gostem

    by : Felipe Calliga

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