sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Violões que choram...

Violões que choram...


estrofes I a V .

Ah! plangentes violões dormentes, mornos,

Soluços ao luar, choros ao vento...

Tristes perfis, os mais vagos contornos,

Bocas murmurejantes de lamento.



Noites de além, remotas, que eu recordo,

Noites da solidão, noites remotas

que nos azuis da Fantasia bordo,

Vou constelando de visões ignotas.



Sutis palpitações à luz da lua,

Anseio dos momentos mais saudosos,

Quando lá choram na deserta rua

As cordas vivas dos violões chorosos.



Quando os sons dos violões vão soluçando,

Quando os sons dos violões nas cordas gemem,

E vão dilacerando e deliciando,

Rasgando as almas que nas sombras tremem.



Harmonias que pungem, que laceram,

Dedos nervosos e ágeis que percorrem

Cordas e um mundo de dolências geram

Gemidos, prantos, que no espaço morrem... .



Cruz e Sousa

CARACTERÍSTICAS:
musicalidade - aliteração (repetição de som) e assonância (repetição de vogais e consoantes).


subjetivismo - presença do eu-lírico.

religiosidade

sugestões e simbologias

visão espiritual da mulher

culto ao vago, ao etéreo



ANTONIO JÚNIOR

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