quinta-feira, 21 de outubro de 2010

ISMÁLIA

Olá galera, tudo bom?
A obra a seguir é um poema que, particularmente, aprecio muito. Foi um dos primeiros contatos que tive com a poesia.

Em breve estará disponível a análise e crítica deste poema de Alphonsus Guimaraens!

Enquanto isso, deixarei aqui o poema para que, aqueles que não o conheçam, possam ler e tirar suas próprias conclusões.
Peço que deixem comentários sobre o poema e o que vocês conseguiram absorver dele!

Espero que gostem!!

ISMÁLIA

Quando Ismália enlouqueceu,
Pôs-se na torre a sonhar...
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar
.


No sonho em que se perdeu,
Banhou-se toda em luar...
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar...

E, no desvario seu,
Na torre pôs-se a cantar...
Estava perto do céu,
Estava longe do mar...

E como um anjo pendeu
As asas para voar...
Queria a lua do céu,
Queria a lua do mar...

As asas que Deus lhe deu
Ruflaram de par em par...
Sua alma subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao mar...

ALPHONSUS GUIMARAENS

Como prometido... O poema é dividido em cinco estrofes de quatro versos cada. É, como característica simbolista, um poema ritimado, com presença da redondilha maior (7 síl.). Há também, algumas estruturas paralelísticas como "viu uma lua no céu/viu outra lua no mar". A notoriedade do poema se aplica na utilização de antíteses (subiu-desceu;céu-mar;perto-longe). Por exemplo, é possível identificar que o desejo de Ismália está entre a realidade vivenciada pelo espiríto, a lua do céu, e a realidade concreta, a lua do mar. É como se o céu recebesse a sua alma no plano espiritual e o mar recebesse seu corpo, sendo assim o plano real/material. Através deste poema pode-se perceber, por exemplo, uma caracterpistica simbolista: se utilizando do sonho e da loucura, por meio da morte, Ismália pôde transceder e ser entregue ao cosmo, ou seja, pôde, quem sabe, encontrar-se com seu amado.


Por: Ingrid Lorena :D

3 comentários:

  1. Iai Galera!

    Achei alguma coisas sobre a analíse crítica do poema Ismália vou espor aki neste comentário a vcs.
    Grande abraço.
    Postado por: Jorge Danilo


    Poema de 5 estrofes com 4 versos cada, com rimas alternadas. Numa leitura possível, a personagem-título enlouquece e se suicida. Quanto ao aspecto gráfico-formal, encontramos, nas primeiras 4 estrofes, sempre nos versos 3 e 4 , um verbo que se repete: viu/viu; queria/queria; estava/estava; queria/queria. A repetição serve para acentuar idéias contrastantes, já que em cada um desses versos está presente um substantivo, um verbo, um complemento que exprime oposição: céu/mar; subir/descer; perto/longe; subiu/desceu. Destes, a oposição céu/mar é constante nas 5 estrofes.
    Na primeira estrofe, o poema narra o enlouquecimento de Ismália que, à janela da torre, viu a lua a espelhar-se no mar ("Viu uma lua no céu, Viu outra lua no mar") . Na segunda estrofe, a loucura ("sonho") leva-a a debruçar-se mais para fora da janela ("Banhou-se toda em luar") e ter desejos conflitantes - a lua do céu e a lua do mar, como se estivesse entre duas escolhas. Na 3ª estrofe, já delirando ("no desvario seu") ela começa a cantar; na 4ª, é sugerido que Ismália estendeu os braços para 'voar' ("... como um anjo pendeu/ As asas..."); na 5ª e última estrofe, a imagem torna-se ambígua: as "asas" dadas por Deus são seus braços, ou se referem à alma que voou para o céu?
    Esse "resumo" exposto é apenas uma interpretação. Quando lido e relido atentamente, outras possibilidades se apresentam.
    A "loucura" de Ismália é também comparada a um sonho: "No sonho em que se perdeu". A 'loucura' é assim vista de forma poética, não agressiva, e nem necessariamente negativa: aproximando "loucura" e "sonho" , o poeta pode estar sugerindo que a loucura é um estado fora do ordinário, do comum da vida, como é o estado do sonho. Sonhamos dormindo, ou mesmo acordados, quando imaginamos alguma coisa ou situação.

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  2. Oi Galera!

    Achei um pouco da analíse critíca do poema Ismália vou espor aqui pra vcs
    Grande abraço;
    Postado por: Jorge Danilo


    Poema de 5 estrofes com 4 versos cada, com rimas alternadas. Numa leitura possível, a personagem-título enlouquece e se suicida. Quanto ao aspecto gráfico-formal, encontramos, nas primeiras 4 estrofes, sempre nos versos 3 e 4 , um verbo que se repete: viu/viu; queria/queria; estava/estava; queria/queria. A repetição serve para acentuar idéias contrastantes, já que em cada um desses versos está presente um substantivo, um verbo, um complemento que exprime oposição: céu/mar; subir/descer; perto/longe; subiu/desceu. Destes, a oposição céu/mar é constante nas 5 estrofes.
    Na primeira estrofe, o poema narra o enlouquecimento de Ismália que, à janela da torre, viu a lua a espelhar-se no mar ("Viu uma lua no céu, Viu outra lua no mar") . Na segunda estrofe, a loucura ("sonho") leva-a a debruçar-se mais para fora da janela ("Banhou-se toda em luar") e ter desejos conflitantes - a lua do céu e a lua do mar, como se estivesse entre duas escolhas. Na 3ª estrofe, já delirando ("no desvario seu") ela começa a cantar; na 4ª, é sugerido que Ismália estendeu os braços para 'voar' ("... como um anjo pendeu/ As asas..."); na 5ª e última estrofe, a imagem torna-se ambígua: as "asas" dadas por Deus são seus braços, ou se referem à alma que voou para o céu?
    Esse "resumo" exposto é apenas uma interpretação. Quando lido e relido atentamente, outras possibilidades se apresentam.
    A "loucura" de Ismália é também comparada a um sonho: "No sonho em que se perdeu". A 'loucura' é assim vista de forma poética, não agressiva, e nem necessariamente negativa: aproximando "loucura" e "sonho" , o poeta pode estar sugerindo que a loucura é um estado fora do ordinário, do comum da vida, como é o estado do sonho. Sonhamos dormindo, ou mesmo acordados, quando imaginamos alguma coisa ou situação.

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  3. Vejo Ismália como uma pessoa de treza anos de idade mais ou menos, delicada e sonhadora.
    Imagino uma ismália silenciosa e doce, não como essas imagens vulgarizadas como na maioria dos sites.
    Essa visão de uma Ismália pueril, se dá pelo fato do verso: " e como um ANJO pendeu as asas para voar", tendo em vista que as personagens infantilizadas são sempre vistas como anjos.
    Outro aspecto interessante é olugar onde ismália está: numa torre perto do mar, portanto era no mínimo uma princesa, o que nos passa a idéia de uma pessoa que mesmo tendo muitas posses é preocupada com outras coisas ou era triste por algum motivo (mas eu, particularmente não gosto desta visão triste de Ismália)
    Obrigado pela cuidado e respeito pelo meu poema predileto!

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